Os estudos de fauna nos processos que envolvem o licenciamento e monitoramento ambiental são de extrema importância para entendimento, mitigação, conservação e manutenção de serviços ecológicos da nossa biodiversidade. Como dissemos neste artigo aqui, esses estudos são divididos em grandes grupos de fauna e, cada grupo tem suas particularidades e metodologias de estudo. Dessa vez vamos falar um pouco mais sobre os estudos relacionados as aves.

Como é de se esperar, o Brasil é um dos países com maior diversidade de aves, juntamente com Peru e Colômbia. Na última lista divulgada pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, em 2015, o Brasil conta com um total de 1919 espécies de aves, distribuídas em 33 ordens, 103 famílias e 705 gêneros. Esse montante representa mais da metade de espécies de aves registradas no continente e quase 18% dos registros no mundo.

As metodologias mais utilizadas em campo para os estudos com as aves são as observações diretas e captura e marcação. As metodologias de observações diretas são auxiliadas por binóculos, gravadores e câmeras fotográficas e podem ser realizadas através de pontos fixos, transectos e busca ativa. Vocalizações que não são identificados em campo podem ser gravados e posteriormente comparados com vocalizações disponíveis em bancos de dados. Já a rede de neblina consiste na captura de alguns espécimes, metodologia que permite a tomada de medidas biométricas dos animais e a sua marcação por meio de anilhas.

O ornitólogo (que é o biólogo que estuda as aves) deve ser um profissional paciente, bem atento e com a visão e audição bem aguçadas. Só assim ele irá conseguir encontrar todas as aves que estão presente no ambiente. O uso de equipamentos de gravação, binóculos, uma boa câmera e guias de campo auxiliam bastante na identificação das espécies. Além disso, o ornitólogo tem que gostar de acordar cedo, visto que o pico de atividade do grupo é logo pela manhã. =)

Vale lembrar que todos os estudos que envolvem captura de animais devem ser realizados apenas com a permissão do órgão ambiental, por meio de autorização de manejo de fauna silvestre.

Ficou com alguma dúvida sobre como funciona os estudos da ornitofauna? Fala com a gente que vamos batendo um papo juntos.Você que já trabalha na área, nos conte também suas experiências!

Abaixo algumas fotos do ornitólogo e parceiro Aldes Lamounier (@aldes_lamounier).


Coruja buragueira (Athene cunicularia)


Batuqueiro (Saltatricula atricollis)


Beija flor tesoura (Eupetomema macroura)


Campainha azul (Porphyrospiza caerulescens)


Mineirinho (Charitospiza eucosma)


João bobo (Nystalus chacuru)